Independência de classe e solidariedade
Defendemos a autonomia e a independência das lutas populares frente ao Estado, às instituições político-partidárias, sindicais e religiosas, que queiram usar as lutas populares em prol de seus interesses em detrimento das classes oprimidas. Devemos acreditar na nossa capacidade de tomar decisões e agir por conta própria. A nossa luta deve ser também solidária entre os diversos setores oprimidos e explorados, não reconhecer as fronteiras entre países e ser, portanto, internacionalista.
Democracia direta
Defendemos a autogestão e os métodos horizontais de participação e decisão, sem hierarquias e lideranças. Para isso, a democracia direta exige a participação direta de todas as pessoas envolvidas, mantendo o poder de decisão nos espaços de base, como as assembleias, esgotando todas as possibilidades de discussão em busca do consenso. Mas quando este não for possível, será aceita a votação, vencendo a maioria. Em Ata deverá constar a posição da minoria para avaliação posterior, caso for necessário.
Ação direta e protagonismo popular
Acreditamos que só com o protagonismo popular, por meio do fortalecimento das lutas populares, será possível conquistar os direitos do povo e causar transformações necessárias e significativas para a sociedade, além de criar um povo forte, organizado, capaz de conduzir a sua emancipação.
A ação direta se expressa a partir da capacidade do povo de se organizar e lutar com autonomia e autogestão, desvinculado das esferas institucionais, sem depender e confiar no Estado, nos partidos e políticos profissionais.
Somente a ação direta e o protagonismo popular podem fazer o povo avançar em suas conquistas e construir o Poder Popular.
Combate às opressões
Os(as) participantes da RP devem combater cotidianamente em seu espaço de organização, militância e convivência todas as formas de opressão e discriminação, provenientes dos valores dominantes, assim como, a repressão e a criminalização. Entendemos que todas as formas de discriminação e violência contra negros, indígenas, mulheres e homossexuais devem ser combatidas por nossos militantes.
É somente com a solidariedade, apoio mútuo e união dos diversos grupos, setores, categorias, será possível transformação da sociedade.
ORGANIZAÇÃO INTERNA
Em todas as nossas instâncias os(as) militantes regulares, ou seja, aqueles(as) que completaram o processo de ingresso possuem direito a voz e voto. Os simpatizantes e convidados possuem direito a voz.
A RP é organizada a partir de frentes e comissões que possuem autonomia relativa. A ideia é que as assembleias, encontros ou mesmo congressos da RP definam a linha política e estratégica da organização e que as frentes e as comissões sejam responsáveis por operacionalizar essas decisões.
Frentes são os agrupamentos internos que levam a cabo o trabalho social em um movimento popular específico, ou em um setor determinado de movimentos. Todo trabalho social da RP se dá por meio das frentes e cada militante obrigatoriamente pertence a uma determinada frente.
Comissões são os agrupamentos internos da RP que levam a cabo tarefas administrativas, organizativas ou de suporte ao trabalho social, mas que não é trabalho social.
PROCESSO DE INGRESSO
Ingresso
O ingresso se dá de maneira individual. A pessoa interessada em se filiar a organização deve estar de acordo com a carta de princípios, militar em algum movimento e frequentar as reuniões há no mínimo 3 meses. No terceiro mês, caso houver interesse em se integrar a RP, seu ingresso será avaliado pelo coletivo e deverá ter o aval da maioria ou consenso. Caso o seu ingresso for aprovado, o(a) militante deverá escolher a frente e a comissão que quiser integrar. Poderá rever suas escolhas e solicitar mudanças via lista ou reunião presencial.
É vedado o ingresso de pessoas ligadas a partidos políticos institucionais e organismos de repressão (estatais ou privados).
Para ser militante da RP é necessário ter comprometimento, responsabilidade e autodisciplina em relação ao cumprimento dos horários e tarefas. A organização é responsável pelo indivíduo assim como o indivíduo é responsável pela organização.
É importante ter maturidade e saber separar questões pessoais das tarefas políticas. Saber o momento de ouvir e de falar. Em caso de conflitos e discordâncias deverá ser resolvido em reunião presencial de maneira fraterna e ética. Em casos especiais, o(a) militante poderá convocar uma reunião extraordinária e solicitar uma sindicância para estudo e avaliação da questão encaminhada, caso não for resolvida na reunião.
Afastamento ou Desligamento
Caso o militante esteja impossibilitado ou devido a questões pessoais não puder dar continuidade as atividades na organização e desejar o afastamento, o mesmo deverá informar em reunião. Da mesma forma, em caso de desligamento devido à impossibilidade de continuar com as atividades ou não concordar mais com a linha da organização, deverá informar em reunião.
